Todo ano era a mesma coisa. Florais de Bach, calmantes naturais, enfim tudo que pudesse amenizar o agonia da passagem de ano, pois minha filha de 4 patas ficava aterrorizada com a queima de fogos.
Babalu foi achada em uma estrada perto de São Bernardo do Campo. Tinha aproximadamente 4 meses. E se não a resgatássemos iria morrer atropelada. Foram 14 anos de alegria, companheirismo, amor sincero e verdadeiro. Dias depois passando novamente no local; pois tínhamos uma obra civil próxima,  avistamos um sitio ao lado da estrada com um husky e uma pastora, com filhotinhos… concluímos que ela se desgarrou da família e o destino nos favoreceu de ficarmos com
este anjo ao nosso lado.
Mas voltando ao fim de ano, era uma verdadeira tortura, pois sua audição era aguçadíssima.
O desespero, o pavor, o stress eram visíveis e acalmá-la era impossível. Colocava algodão nos ouvidos, ficava com ela no quarto com som ligado com música clássica para abafar o som dos malditos fogos de artifícios.
A língua ficava roxa, os batimentos cardíacos acelerados, a veia do nariz saltava, não parava quieta, corria de um lado para o outro ofegante e latindo sem parar.
Eu chorava junto com ela pois não sabia mais o que fazer. Todo ano pensava, ela não irá aguentar.
Conforme Babalu foi envelhecendo o medo aumentava, ela jamais iria entender ou se acostumar com este transtorno.
Tomando esta experiência vivida em nossa própria casa, tivemos neste final de ano mais um exemplo, dentre tantos outros, mas desta vez de uma maldade sem desculpas, uma cachorrinha teve sua boca amarrada a um deste utensílio inútil, e teve sua mandíbula e língua dilacerada..
Este caso ocorreu no Estado do Paraná. A cachorrinha foi resgatada pelo Investigador Cassio Silva da  equipe do Delegado Matheus Laiola da DPMA Curitiba e Associação Beneficente Grupo Força Animal.
Rebeca  está sob cuidados da Dra Michelle Hasse, que foi operada. Retirou a mandíbula e um pedaço da língua. Sem previsão de alta, está se alimentando com sonda.
O autor do crime já foi identificado e disse que não teve a intenção, mas convenhamos se não houve intenção de machucar o animal, porque não socorreu e deixou-a  agonizando para morrer na rua?
Atos como este causados por fogos de artifícios, rojões e bombas em vítimas inocentes não podem continuar acontecendo, diante de uma plateia cega, surda e muda, pois não só animais como pessoas idosas, acamadas, portadores de síndromes, bebês e outros tantos indefesos continuariam expostos a este tipo de barbárie caso não façamos nada.
O que proponho é um movimento para que este tipo de ação possa ser criminalizada, assim como foi a gota d’água na mutilação do caso Sansão.
Chega de sofrimento, chega de barulho e de tanta desumanidade.
As autoridades competentes precisam ser nossa voz, pois tentamos ser a voz destes seres de luz que nada fazem de mal, a não ser nos dar amor e nos ensinar como sermos melhores.
Porém não esqueçamos que para que as autoridades possam agir é preciso que se criem leis mais severas, com a consequente proibição de vendas de fogos de artifícios.
Comemorem a vinda do ano novo com atitudes novas e mais inteligentes.
Fica aqui a minha indignação e apelo pois juntos somos mais fortes.
Investigador Cassio Silva (DPMA Curitiba)
Rebeca (pós operatório)
Dra Michelle Hasse

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