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A telemedicina veterinária, em vigor desde julho do ano passado, entrou definitivamente na lista de grandes tendências do mercado pet. Tanto grandes pet shops como startups apostam nessa modalidade para ganhar escala e atrair mais tutores.

Um dos exemplos é o da Oi Pet, que se uniu à MedLive, uma das líderes na distribuição de produtos médico-hospitalares do sul do país. A fusão formou a startup Oi Digi Pet, cujo cadastro já reúne 4 mil profissionais, clínicas e hospitais.

“A consulta presencial é fator ouro, não vamos substituí-la. Na verdade, dependendo do caso, o veterinário vai indicar um local de atendimento mais próximo”, explica Rosemberg Kiffer, CEO da startup. Em um primeiro momento, a Oi Digi Pet abrange o serviço na cobertura de seguros de algumas instituições financeiras. Mas a estratégia de expansão envolve também a oferta de planos de assinatura para os consumidores.

O teleatendimento acontece a partir de um link recebido pelo tutor por e-mail ou SMS. O pagamento é automatizado no aplicativo, no qual estarão todos os dados do prontuário, receituário e diagnósticos.

Outra jovem empresa é a Dr. Mep, que agrupa mais de 300 veterinários parceiros, ligados a especialidades como cardiologia, dermatologia e endocrinologia. A startup espera, ainda em 2023, chegar a todas as regiões do Brasil e internacionalizar as operações – com foco em veterinários autônomos que atuam em outros países ou redes de pet shops como clínicas dispostas a incorporar a telemedicina veterinária ao rol de serviços. Para isso, conta com o apoio da Capri Venture Builder, principal ecossistema de inovação para o mercado pet.

A intenção é superar, em um ano, a marca de R$ 500 mil de faturamento, totalizar 5 mil tutores cadastrados e cerca de 100 clínicas e hospitais. “Já temos veterinários no México, Itália e Canadá. São profissionais brasileiros que moram nesses locais e atendem tutores que também são do Brasil”, ressalta Ana Gabriela Lima, veterinária e uma das cofundadoras do projeto.

Telemedicina veterinária também na mira de grandes players
Grandes redes como a Petz também prometem incorporar esse atendimento aos portfólio de serviços, com a intenção de democratizar o atendimento e pegar carona na ascensão do varejo pet. Para viabilizar essa operação, a empresa implementará o teleatendimento em parceria com a plataforma Conecta. Os clientes da varejista terão acesso a uma rede com 1 mil veterinários.

A Petz tem como objetivo fazer com que a telemedicina veterinária integre o plano de saúde verticalizado que a empresa está desenvolvendo, com a meta de lançamento até o fim do ano. “Teleatendimento e exames laboratoriais são duas fortalezas que vão permitir que os planos de saúde sejam acessíveis. A ideia é oferecer todo o ecossistema de bem-estar animal”, comenta Valéria Correa, diretora técnica do grupo.

Modalidades de telemedicina veterinária
Dentro da telemedicina veterinária estão incluídas as modalidades de teleconsulta, telemonitoramento, teletriagem, teleorientação, teleinterconsulta e telediagnóstico.

A teleconsulta é a modalidade para realizar consulta médico-veterinária a distância, por meio de TICs, nos casos em que o médico-veterinário e o paciente não estejam localizados em um mesmo ambiente geográfico. Ela não é permitida nos casos de emergência (inciso IV, art. 4º da resolução) e urgência (inciso V, art. 4º), e somente pode ser efetivada nos casos de Relação Prévia Veterinária-Animal-Responsável (RPVAR) que tenha sido presencial e devidamente registrada.

Antes da teleconsulta, a RPVAR precisa ser validada pelo profissional com a conferência dos dados cadastrais e das características do paciente, bem como das informações do responsável. Em casos de desastres, naturais ou não, a relação prévia é excepcionalmente dispensada em virtude de danos, ameaças ou obstáculos que impossibilitem o deslocamento do paciente e de seu responsável e inviabilizem a consulta presencial.

A teletriagem, por sua vez, é destinada à identificação e classificação de situações que, a critério do médico-veterinário, indiquem a possibilidade da teleconsulta ou a necessidade de atendimento presencial, imediato ou agendado. Já a teleorientação é destinada à orientação médico-veterinária geral e inicial a distância. Pode, por exemplo, a depender o caso, virar uma teletriagem, com a indicação para procurar uma clínica/hospital veterinário, ou agendar atendimento com um especialista.

De qualquer forma, para as duas modalidades, é vedada qualquer tipo de definição diagnóstica, conduta terapêutica, solicitação de exames ou qualquer prescrição. Antes de iniciar atendimento nessas modalidades, o profissional deve deixar claro ao responsável pelo paciente que não se trata de consulta médico-veterinária virtual.

Há também a definição de telemonitoramento, também conhecido como televigilância ou monitoramento remoto. Destina-se ao acompanhamento contínuo de parâmetros fisiológicos, realizado sob orientação e supervisão médico-veterinária, para monitoramento ou vigilância a distância das condições de saúde e/ou doença.

É permitido em três situações: quando já foi realizado atendimento presencial anterior; durante a recuperação de procedimento clínico ou cirúrgico para o devido acompanhamento; ou nos casos de tratamento de doenças crônicas. Nesse último caso, há exigência de consulta presencial com o médico-veterinário assistente do paciente a cada 180 dias.

A teleinterconsulta médico-veterinária é a modalidade realizada exclusivamente entre médicos-veterinários para troca de informações e opiniões com a finalidade de promover o auxílio diagnóstico ou terapêutico. Prática que já é comum, porém, sem uma regulamentação específica.

Nessa modalidade, a informação deve ser transmitida eletronicamente ao profissional que está localizado remotamente. A partir da qualidade e da quantidade de informações recebidas, ele deve decidir se pode oferecer sua opinião de forma segura. A responsabilidade do atendimento cabe ao médico-veterinário que assiste o animal presencialmente, porém os demais profissionais envolvidos também poderão responder na medida de suas atuações.

Já telediagnóstico médico-veterinário é a modalidade com finalidade de transmissão de dados e imagens para serem interpretados a distância entre médicos-veterinários, com o objetivo de emissão de laudo ou parecer com assinatura eletrônica avançada (inciso XII, art. 4º).

Sempre que houver necessidade de compartilhamento de informações, o médico-veterinário deverá submeter um Termo de Consentimento para Telemedicina Veterinária ao responsável pelo paciente para assinatura eletrônica.

Fonte: Panorama PetVet
Ana Claudia Nagao

Ana Bittar
Jornalista MTB: 0084520/SP
anabittar.artist@gmail.com
Instagram: @portalanabittar

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